COVID-19: Efeitos do novo coronavírus nas nossas vidas e nas nossas comunidades


São sobejamente conhecidas as implicações na saúde e as limitações inerentes que ao nível da saúde pública, do bem-estar individual e social que o novo coronavírus (COVID-19) trouxe as nossas vidas e as mudanças drásticas que isto implicou, reduzindo o contato próximo entre pessoas, trazendo assim o distanciamento social, o confinamento em casa, a mudança das nossas atividades diárias, nomeadamente as laborais, educativas e de sociabilização, impondo também medidas importantes de proteção e higiene indispensáveis, que tem como objetivo reduzir o contágio e a possibilidade de direta ou indiretamente sofrer de(as) doença(s), que acabem por assoberbar os sistemas de saúde no tratamento de casos, que como já vimos em vários países podem provocar o seu colapso, trazendo consigo o aumento significativo de mortes por incapacidade destes sistemas de os tratar. Assim importa também numa outra perspetiva aferir se as nossas cidades e as nossas habitações, tal como as conhecemos, as concebemos e as organizamos, são capazes de ajudar a mitigar os efeitos deste novo vírus nas nossas vidas, nas nossas cidades e nas nossas comunidades.
Nestas últimas semanas de recolhimento e isolamento que temos vindo a vivenciar, permitiu-nos observar que há necessidades, diríamos que de alguma forma imperativas, de se olhar de forma distinta a nossa vida em comunidade, devendo avaliar-se e questionar-se a forma como temos desenvolvido e implementado no território, os espaços de utilização coletiva, os chamados espaços sociais e comunitários, em soma todo o espaço público, de forma a se saber se estes são ajustados e preparados a esta nova realidade imposta pelo COVID-19.
É também possível verificar que no tocante as nossas habitações, há fragilidades e novos usos que importa estudar, repensar, introduzir e resolver, que permitam no futuro próximo adaptar com reduzido custo (num tempo em que se adivinham grandes dificuldades económicas e financeiras), aquele que é hoje não só um espaço para habitar e descansar, mas que  agora também se tornou espaço para a saúde, para o teletrabalho e para a frequência de aulas pelos mais novos, não descurando também os mais velhos que precisam de um espaço que os mantenha seguros, distantes da rua, locais que frequentavam para espairecer, conviver e para se manterem ativos fisicamente.
Num tempo em que já se trabalha na retoma das atividades humanas, sociais e económicas é importante adaptar-nos a este regresso e a retoma económica a ela inerente. Vários são os desafios que temos pela frente para não prejudicar o que até hoje se conseguiu na mitigação dos contágios pelo vírus, que sabemos continua presente, sem que exista vacina que nos proteja. Impõem-se encontrar soluções criativas e seguras que permitam este necessário retomar das atividades económicas e de lazer, não só para empresas, empresários e trabalhadores no geral, mais também para as nossas “polis” que delas necessitam para sobreviverem.
Além disto devemos olhar para o ambiente e para o reflexo das nossas atividades no planeta, tema que não sendo novo, é sempre muito atual, mas muitas vezes desvalorizado até aqui. Mais do que nunca o confinamento e a redução da atividade humana no mundo, mostra-nos que é possível fazer mais e melhor pelo nosso mundo, apenas mudando de comportamentos e reduzindo à poluição e a exploração irracional de recursos naturais, com reflexos importantes para a nossa saúde individual e que pouco, em geral, se vinha valorizando.
Estes são os desafios e os temas que importam aprofundar e que quero humildemente abraçar, estudar e partilhar no futuro próximo, contribuindo se possível para uma vivência em comunidade mais saudável para todos… Vamos a isso!


Imagem: Vila da Ponta do Sol, Madeira (em tempo de estado de emergência).
Autor: RR.

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